Na manhã da última quarta-feira (23) três propriedades rurais tapirenses passaram por uma auditoria de certificação do Certifica Minas, que é um Programa Estruturador do Governo de Minas, executado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), pela Emater-MG e pela EPAMIG - vinculados à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujo objetivo é garantir o crescimento da participação da produção agropecuária mineira nos mercados nacional e internacional.
A auditoria realizada pela Sra. Tânia Maria Peixoto Silva Carrut (IMA) e pelo Sr. André Alves Leite (EMATER) visitou as propriedades rurais dos senhores Luiz Carlos Lira, César Gali e Tomás Eliodoro da Costa - estes dois últimos conquistaram as primeiras colocações no Concurso da CAPAL de 2011.
“Há algum tempo era muito difícil a certificação porque as propriedades precisavam realizar o processo de certificação de forma individual, mas com o Certifica Minas os órgãos do governo, como a EMATER, o IMA e a EPAMIG passaram a orientar e auditar os produtores de forma coletiva, o que tornou o procedimento bem mais acessível financeiramente” - explica Tânia Carrut.
A certificação do café baseia-se na análise de alguns aspectos como a técnica de produção, as questões ambientais, trabalhistas e sociais e as boas práticas de produção agrícola. Em Minas Gerais o foco da certificação é na gestão das águas, uma vez que o estado é tido como um formador de bacias hidrográficas pelo grande número de veios d’água que afloram em seus limites.
Segundo André Alves Leite - responsável da EMATER na região, Tapira possui um diferencial enorme no que tange à qualidade do café produzido: “Todas as propriedades rurais que estão em busca de certificação no município de Tapira contam com uma altitude mais do que privilegiada. No caso específico do Sr. Luiz Carlos Lira, a altitude superior a 1.200 metros faz com que haja uma grande variação das temperaturas, o que redunda em uma maturação mais gradativa, dando mais tempo para que os açúcares que constituem o grão se formem e confiram uma qualidade superior ao café” - enfatiza.
Se as propriedades tapirenses forem aprovadas na auditoria realizada as mesmas serão indicadas para receber uma auditoria final da creditadora WQS, que é a responsável por realizar o procedimento na região do Cerrado. Após o recebimento da certificação, se for do interesse dos cafeicultores, eles poderão pleitear a certificação da UTZ Certified pagando a bagatela de apenas R$800,00 além dos custos de adequação, e terão um café certificado nos padrões internacionais.
O ato de certificar um produto serve primeiramente para garantir a rastreabilidade do mesmo. Isso quer dizer que o próprio consumidor tem informação sobre onde e como o café foi produzido. Além disto, este processo garante ao produtor um status diferenciado: “A certificação é um caminho sem volta para os produtores de café, pois antes de tudo ela confere a eles um rótulo de respeito às boas práticas e faz com que o consumidor tenha mais confiança no produto. Penso que a certificação seja o destino de todos os produtores” - destaca Tânia.
Em Tapira todo o trabalho de seleção e acompanhamento dos produtores interessados em pleitear a certificação do café está sendo realizado pelo Sr. Márcio Rodrigues de Souza - extensionista da EMATER-MG, que in loco oferece a assistência técnica necessária e em muito contribui para que o projeto certificador obtenha sucesso no município.
